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21/06/2017 Suzana Coutinho Temas atuais No mundo da comunicação, escolher entre dois caminhos
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Ficamos espantados diante da tela da televisão, do computador e do celular ao nos depararmos com a incapacidade do ser humano de lidar com as diferenças. A violência explícita e implícita faz muitos fugirem das redes sociais e dos canais abertos de televisão. Apesar e com tanta facilidade para se expressar, muitas pessoas acabam optando pelas agressões, utilizando as palavras e as imagens como armas de guerra. Assim como em todas as situações da vida, no mundo da comunicação temos dois caminhos à frente: o da morte e o da vida. Qual deles estamos seguindo?

O papa Francisco já nos convidou a refletir sobre as diversas possibilidades das comunicações sociais, principalmente das mídias digitais (internet), já que estas proporcionam a produção e a distribuição de informações mais “livres” e mais rápidas do que as demais (rádio, televisão e jornal, por exemplo). Podem ser pontes ou muros, podem nos curar ou ferir, nos aproximar ou nos afastar uns dos outros.

E não adianta culpar a televisão e a internet pelos males da sociedade, pois, em grande parte, como explicam sociólogos e estudiosos da comunicação, o que elas fazem está condicionado aos interesses dos que produzem e dos que consomem essa comunicação, ou seja, dos produtores (os donos) e dos consumidores (expectadores e usuários). De alguma forma, nossas atitudes podem alimentar a boa ou a má comunicação. Assumamos a nossa responsabilidade, para que, avaliando e, se necessário, mudando a rota, possamos contribuir para que esses meios sejam geradores de vida e não de morte.

A iluminação para o(a) cristão(ã) é sempre a Palavra de Deus. Ela nos ajuda a discernir sobre o uso adequado que fazemos dos meios de comunicação: o que assistimos, ouvimos, lemos, publicamos e compartilhamos leva também um pouco de nós, do que pensamos, gostamos, desejamos. Um “like” não é apenas um sinalzinho de positivo, é a nossa concordância com o que está sendo publicado.

Quando palavras de egoísmo, racistas, preconceituosas, ofensas em forma de letras ou imagens são reproduzidas em nossas páginas, ajudamos a criar essa atmosfera que alimenta a violência e o mal. Quando somos capazes de, diante do sofrimento e do mal, proclamar a confiança num Deus que é bom e justo, que a todos acolhe e cura, que espera a nossa colaboração para um mundo melhor, então, colocamos luz sobre as trevas da vida. Tornamo-nos proclamadores da Palavra de Deus, seres de comunhão e de diálogo, profetas e profetizas capazes de criticar, apontar os desafios que nos cercam, mas também de convidar a uma retomada do caminho querido por Deus, o da vida plena para todos.

Quando nos comunicamos, recebendo e produzindo informações, desejamos verdadeiramente aclamar o dom da vida? Nossas atitudes diante dos meios de comunicação produzem pontes capazes de unir as pessoas, mesmo diante das diferenças, ou os utilizamos como muros, afastando-nos dos outros? Somos capazes de exercer nosso profetismo, missão recebida em nosso batismo, reafirmada no sacramento da crisma, alimentada pela eucaristia, de anunciar a vontade de Deus e denunciar o que vai contra ela? Ou nos misturamos ao senso comum que, muitas vezes, manipulado por interesses egoístas, aponta para o caminho da morte?

De fato, discernimento como dom do Espírito leva à sabedoria. Não seria diferente no mundo da internet. Precisamos nos recordar sempre das palavras de Jesus, de suas atitudes e sinais, como catequistas e anunciadores dele. Não podemos sucumbir, como alerta o papa Francisco, ao discurso da desesperança e da morte. Não podemos deixar de acreditar na capacidade humana de amar, de construir o bem, de gerar a vida em todas as suas dimensões. A morte não venceu Jesus, foi ele quem triunfou. Por isso, não podemos crer que não há saída: se ele ressuscitou, se cremos na fé que professamos, então, não podemos nos levar pelo discurso do ódio e da intolerância nem pelo discurso do cansaço e da desilusão com as pessoas e com a sociedade. 

Suzana Coutinho

Catequista, especialista em comunicação.

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