Ser catequista
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17/12/2021 Equipe do site Ser catequista Santa Sé apresenta novo rito e requisitos para instituir catequistas
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Em 13 de dezembro, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos apresentou o novo rito de instituição oficial dos catequistas na Igreja Católica. O Rita em Latim deverá ser traduzido em cada Conferência Episcopal e junto com ele a mesma Congregação publicou uma carta onde lembra o que é ser um catequista, as suas funções e os requisitos para admissão. Veremos trechos dessa carta.

O que é o catequista e o que ele faz?

“O ministério do catequista é um 'serviço estável prestado à Igreja local segundo as necessidades pastorais identificadas pelo ordinário do lugar, mas executado de forma laica segundo a própria natureza do ministério': este se apresenta amplo e diferenciado”, diz a carta do arcebispo Arthur Roche, prefeito da Congregação para o Culto Divino.

“Acima de tudo, é preciso destacar que é um ministério laico que tem como fundamento a condição comum de ser batizado e o sacerdócio real recebido no sacramento do batismo, e é essencialmente distinto do ministério ordenado recebido no sacramento da ordem”, diz o texto.

Os catequistas, “em virtude do batismo, são chamados a ser corresponsáveis ??na Igreja local no anúncio e transmissão da fé, desempenhando este papel em colaboração com os ministros ordenados e sob a sua orientação”.

É possível distinguir, “não de forma rígida, duas tipologias principais das modalidades de ser catequistas. Alguns têm a tarefa específica da catequese; outros, a tarefa mais ampla de participação nas diversas formas de apostolado, em colaboração com os ministros ordenados e obedientes a eles”.

A carta também destaca que “como este ministério ‘tem um forte valor vocacional que requer o devido discernimento por parte do bispo' e sendo seu conteúdo definido por cada uma das conferências episcopais (obviamente em conformidade com o que foi expresso em Antiquum ministerium), nem todos aqueles que são chamados 'catequistas', ou que realizam um serviço de catequese ou de colaboração pastoral, devem ser instituídos”.

O catequista que recebe este ministério pode: “orientar a oração comunitária, especialmente a liturgia dominical na ausência do sacerdote ou diácono; assistência aos doentes; orientar as celebrações de funerais; a formação e orientação de outros catequistas; a coordenação das iniciativas pastorais; promoção humana segundo a doutrina social da Igreja; a ajuda aos pobres; promover as relações entre a comunidade e os ministros ordenados”.

“É tarefa de cada Conferência Episcopal esclarecer o perfil, o papel e as formas mais coerentes para o exercício do ministério dos catequistas no território da sua competência, em linha com o que foi indicado no motu proprio Antiquum ministerium”. A Conferência Nacional dos bispos do Brasil  acaba de publicar essas orientações pelas Edições CNBB. 

“Além disso, devem ser definidos programas de formação adequados para os candidatos. Por último, também se deve esforçar para preparar as comunidades para compreender o seu significado”.

Quem não deve ser catequista?

Segundo a carta, não devem ser instituídos catequistas "aqueles que já iniciaram o caminho para a ordem sagrada e, em particular, foram admitidos como candidatos ao diaconato e ao sacerdócio", bem como "religiosos e religiosas (independentemente de sua pertença a Institutos cujo carisma seja a catequese), a menos que sejam referentes de uma comunidade paroquial ou coordenadores de atividades catequéticas”.

Isso porque o ministério do catequista é um serviço próprio dos leigos.

Também não deveriam ser admitidos “os que ensinam a religião católica nas escolas, a menos que também exerçam outras tarefas eclesiais ao serviço da paróquia ou da diocese”.

A carta de Roche afirma que “uma atenta reflexão–que pode certamente ser aprofundada reconsiderando todos os ministérios instituídos em conjunto e de forma harmoniosa– merece o caso de quem acompanha o caminho de iniciação de crianças, jovens e adultos. Não parece apropriado que todos sejam instituídos catequistas: como já foi dito, este ministério tem um forte valor vocacional que requer o devido discernimento por parte do bispo".

Pelo contrário, “é absolutamente conveniente que todos recebam, no início de cada ano catequético, um mandato eclesial público com o qual é confiada a eles esta função indispensável. Não está excluído que alguns dos que seguem a iniciação, após um oportuno discernimento, possam ser instituídos como ministros”.

A carta destaca que essas pessoas poderiam receber o ministério do leitorado, para serem oficialmente leitores, já que no rito da instituição afirma-se que “sua tarefa é educar crianças e adultos na fé e orientá-los para que recebam dignamente os sacramentos”.

A carta destaca que “pelo que foi afirmado, os candidatos ao ministério instituído de catequista- que devem ter uma experiência anterior madura de catequese - podem, portanto, ser escolhidos entre aqueles que desempenham o serviço do anúncio: estão chamados a encontrar formas eficazes e coerentes para o primeiro anúncio, para depois acompanhar aqueles que o receberam na etapa propriamente de iniciação. Sua participação ativa nos ritos de iniciação cristã dos adultos expressa a importância de seu ministério”.

A carta de dom Roche também diz que "aos ‘catequistas que realmente sejam dignos e estejam bem preparados’ o bispo confia a celebração dos exorcismos menores. Uma vez que os catecúmenos já foram inseridos nos sacramentos da iniciação cristão, os catequistas permanecem na comunidade como testemunhas da fé, mestres e mistagogos, acompanhantes e pedagogos disponíveis para favorecer, em tudo o que seja possível, a vida dos fiéis, a fim de que sejam conformes o batismo recebido”.

“Também estão chamados a descobrir formas novas e audazes de anunciar o Evangelho que permitam suscitar e despertar a fé no coração daqueles que não sentem necessidade da mesma”, acrescenta.

Requisitos e celebração do rito

É o bispo que deve discernir o chamado ao ministério de catequista, “avaliando as necessidades da comunidade e as capacidades dos candidatos”.

“Podem ser admitidos como candidatos homens e mulheres que tenham recebido os sacramentos da iniciação cristã e tenham apresentado livremente ao bispo diocesano um pedido escrito e assinado”.

Os catequistas devem ser “homens e mulheres de profunda fé e maturidade humana, que participem ativamente na vida da comunidade cristã, que sejam acolhedores, generosos e vivam em comunhão fraterna, que recebam a adequada formação bíblica, teológica, pastoral e pedagógica para ser comunicadores atentos da verdade da fé e que já tenham uma experiência anterior de catequese”.

Exige-se também "que sejam fiéis colaboradores dos sacerdotes e diáconos, prontos para exercer o ministério onde for necessário e animados por um verdadeiro entusiasmo apostólico".

O ministério do catequista "é conferido pelo bispo diocesano, ou por um sacerdote por ele delegado, por meio do rito litúrgico De Institutione Catechistarum promulgado pela Sé Apostólica".

O ministério pode ser conferido durante a missa ou durante a celebração da Palavra de Deus.

A estrutura do rito prevê, após a liturgia da Palavra, uma exortação, que pode ser adaptada pelas conferências episcopais; um convite à oração; um texto de bênção; e a entrega do crucifixo.

In: Adaptação do site Acidigital

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