Diretório para a Catequese
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22/10/2021 Therezinha Motta Lima da Cruz Diretório para a Catequese Nossas paróquias e outros cenários culturais de hoje
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Nossa Igreja tem uma organização sólida que deve ser respeitada. O Diretório diz que ela se fundamenta na Palavra de Deus , nasce e vive dela. Assim como Maria, a Igreja quer que nela tudo se faça de acordo com essa Palavra, que precisamos sempre escutar. Somente quem escuta pode também anunciar. Todos os batizados são chamados a evangelizar, cada um de acordo com suas funções e possibilidades, mas todos em união, como um povo bem organizado que trabalha para um objetivo comum. 

O Diretório fala de Igrejas particulares, que são as dioceses. Cada uma tem um rosto local, ligado ao espaço concreto em que atua, mas não é um organismo isolado, vive em comunhão com o conjunto da Igreja. A evangelização na diocese vai se inculturar no ambiente em que é desenvolvida, mas a diversidade aí não é como em Babel (onde línguas diferentes separavam povos), é mais como em Pentecostes (onde a mensagem é a mesma e cada um a ouve na linguagem que corresponde a suas necessidades).

Nas dioceses temos as paróquias, que pertencem ao conjunto maior  chegando bem perto das pessoas. Cada paróquia pode assumir trabalhos com características diferentes, sem deixar de estar ligada às orientações gerais da diocese e sendo um rosto da Igreja, um ambiente com jeito de família para seus participantes. Fala-se também da paróquia como “comunidade de comunidades”, porque dentro dela há grupos e pastorais que podem ser diferentes mas devem estar se sentindo parte do conjunto e ter capacidade de partilhar objetivos comuns e dialogar. Dentro das paróquias temos movimentos  com histórias e metodologias específicas. Sobre eles o Diretório (305) diz que “é muito salutar que não percam o contato com esta realidade muito rica da paróquia local e que se integrem de bom grado na pastoral orgânica  da Igreja particular (que é a diocese). 

No capítulo 10 o Diretório vai tratar da catequese diante dos cenários culturais contemporâneos. Diz que é preciso saber ler os sinais dos tempos porque evangelizar é tornar o Reino de Deus presente no mundo. De fato, uma catequese que não tenha ligação com as reais necessidades do mundo não vai ser um trabalho como Jesus sempre quis. Ele veio para que todos tivessem mais vida e muito precisa ser transformado para que isso aconteça de forma justa e fraterna. 

Lembrando Paulo que, passando pelo areópago grego (Atos 17,22-27), partiu da uma cultura do “deus desconhecido” para anunciar Jesus, o Diretório nos convida a olhar para as culturas humanas em atitude de diálogo, percebendo ali o que Deus quer nos comunicar, seja para assumir o que for bom, seja para perceber o que deve ser corrigido. Reconhecer os apelos de Deus que já existem na vida das pessoas e nas manifestações culturais que nos cercam é um passo que conduz a uma espiritualidade que vai nos comprometer sempre mais com a missão evangelizadora que deve transformar o mundo. 

A Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (176) já dizia que evangelizar é tornar o Reino de Deus presente no mundo. Então, devemos observar o que anda acontecendo nesse mundo: na pesquisa científica, nos ambientes de trabalho, nas mídias sociais, no lazer, na literatura, na música e em outras expressões artísticas. A partir daí podemos perceber os compromissos que precisamos assumir com a paz, o desenvolvimento, o cuidado com a criação, a defesa dos direitos dos mais fracos, tudo acompanhado pelo crescimento da fé. Isso vale para o contexto urbano (onde devemos promover um olhar de fé que descubra Deus nas casas, nas ruas, nas praças), mas também para o ambiente rural, para as tribos indígenas, para as manifestações da piedade popular. Ou seja: partimos da descoberta de uma presença divina que já existe e aprofundamos essa intimidade com o sagrado, mergulhando cada vez mais no que é bom e estimulando atitudes de correção do que deve ser melhorado. 

Numa avaliação da nossa catequese paroquial poderíamos então examinar

- o que está ajudando a desenvolver bem o plano pastoral da diocese

- a capacidade de diferentes movimentos e pastorais estarem unidos numa pastoral de conjunto

- a ligação entre catequese e ação social

- uma espiritualidade que nos faça perceber o que Deus quer nos comunicar também com os recursos e acontecimentos do mundo em que vivemos

Therezinha Motta Lima da Cruz

22.10.21

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