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03/07/2020 Therezinha Motta Lima da Cruz Memória No centro de tudo: a pessoa de Jesus Cristo Lembrando os 40 anos da Catechesi Tradendae
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Após a introdução da exortação apostólica Catequese Tradendae, vem um capítulo com o título: “Nós temos um único mestre, Jesus Cristo.”

Na verdade, nada pode ser mais importante do que Ele. Mas não se trata apenas de passar conhecimentos sobre Jesus. O que se busca aí é uma intimidade que o coloque sempre ao lado de cada pessoa, que faça catequistas e catequizandos caminharem com Ele pela vida a fora.

Na Bíblia temos Jesus se apresentando a Tomé como o Caminho, a Verdade e a Vida (Jo 14,6). A catequese tem que mostrar como Jesus precisa ser percebido como o Caminho que direciona as nossas decisões, a Verdade que nos faz escapar do que é falsidade e mentira, a Vida construtiva e dedicada ao bem que Deus sempre quis nos mostrar através de seu Filho. Isso não se comunica com discursos teológicos, mas contemplando como esse Caminho, essa Verdade e essa Vida podem transformar também as realidades concretas do nosso tempo.

Um bom modo de fazer isso é o uso da leitura orante. Podemos convidar os catequizandos, junto conosco, a conversar com Jesus a partir de leituras do Evangelho, adaptando assim os 4 passos:

  1. Ler para compreender o que acontecia naquela situação, entendendo a linguagem, a realidade daquela época e a mensagem que está sendo comunicada. Aí podemos fazer uma “viagem no tempo”, nos imaginar lá fazendo parte da cena, interagindo com os participantes e percebendo seus sentimentos. Os catequizandos podem até imaginar entrevistas com as pessoas mencionadas na Bíblia...
  2. Pensar no que a mensagem diz sobre a realidade de hoje. Aí vamos conversar com Jesus sobre como aquele mesmo recado se relacionaria com o que está acontecendo hoje, como seria comunicada a mensagem nesse nosso tempo, que situações e pessoas corresponderiam hoje ao que ali está descrito.
  3. Fazer um exame de consciência sobre nossa fidelidade ao que Jesus está comunicando. Então a conversa teria pedidos de perdão e de fortalecimento na graça para corresponder melhor ao Evangelho.
  4. Contemplar com novos olhos nossa realidade, percebendo o que Jesus nos chama a realizar para sermos fiéis colaboradores do seu Reino e assumindo alguns compromissos necessários. Aí cada pessoa pode conversar com Jesus sobre as marcas que gostaria de deixar no mundo vivendo como Ele espera de seus reais seguidores.

Tudo que vamos ensinar, partilhar (ou até aprender com nossos catequizandos) tem que estar centralizado em Jesus, no que Ele viveu e comunicou. Sem essa íntima relação com Jesus, a catequese se esvazia, não dá conta de seus objetivos.

Catechesi Tradendae destaca o papel de Jesus como Mestre. Diz que assim o chamavam os apóstolos “com uma entonação ao mesmo tempo de admiração, de confiança e de ternura” (CT 9). Esses sentimentos também devem crescer no coração dos catequizandos. Com confiança em Jesus, somos todos mais capazes de realizar boas coisas, de vencer dificuldades, de corrigir nossos próprios erros. A ternura despertada pelo enorme amor que Deus nos manifestou em Jesus traz à catequese um clima de alegria, importante para estimular a perseverança na fé.

Esse capítulo termina com uma afirmação sobre Jesus que não devemos esquecer: “É somente numa profunda comunhão com Ele que os catequistas encontrarão luz e força para uma desejável renovação autêntica da catequese.” (CT 9) 

Assim se percebe que Jesus não é só um “tema de estudo”, é um companheiro de caminhada, um forte sinal do amor de Deus, algo que dá um sentido novo e gratificante à nossa vida. E isso com certeza faz da nossa catequese uma tarefa especial, carregada ao mesmo tempo de responsabilidade e alegria.

Therezinha Motta Lima da Cruz

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