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21/02/2019 Débora Regina Pupo Memória Documentos catequéticos
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Olhar para os documentos catequéticos nos ajuda a melhor compreender a beleza de nossa missão. Por isso lhe convido a passear comigo por alguns documentos e destacar algumas ideias centrais neles. Bora lá?

Vamos conhecer o Diretório Catequético Geral (1971) e as contribuições da Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi (EN) do Papa Paulo VI.

O Diretório Catequético Geral (1971)

É promulgado, em 11 de abril de 1971, pela Sagrada Congregação, para o Clero, o Diretório Catequético Geral, em atenção ao mandado do Concílio de elaborar um “Diretório de formação catequética do povo cristão” (CD 44).

Destinado às Conferências Episcopais esse importante documento deve alcançar a todos os que têm responsabilidade no campo catequético. O Diretório despertou a atenção para os seguintes pontos: 1. A nova situação pastoral, no mundo, exige que a catequese seja reorientada, aprofundada e desenvolvida de forma intensa; 2. Ao propor a renovação catequética, o Diretório enfatiza que não se trata de intensificar as atividades tradicionais. Antes é preciso encontrar novas linguagens, aprofundar o conteúdo, concentrando-se nos elementos principais e integrando-os com as dimensões do Evangelho e com o compromisso temporal dos cristãos; 3. Ênfase na fé madura; 4. Não existe separação entre catequese e evangelização; 5. Faz-se necessário desenvolver uma catequese que seja evangelizadora; 6. O amor de Deus é a ênfase para o conteúdo apresentado de modo orgânico, sem esquecer as dimensões teológicas, cristológicas e antropológicas; 7. Valoriza a colaboração das famílias e da comunidade no processo catequético e enfatiza a importância da formação dos catequistas; 8. Orienta que a catequese seja direcionada aos adolescentes, jovens e adultos, sem, no entanto, prejudicar a catequese infantil; 9. Na questão metodológica destaca a experiência humana e a criatividade dos catequistas.

Na realidade brasileira, o Diretório Catequético Geral, inspirou vários projetos voltados à formação dos catequistas, à catequese com adultos e à interação entre família e catequese.

A contribuição da Evangelii Nuntiandi (1975)

Publicada em 08/12/1975, a Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi (EN) apresenta alguns pontos pertinentes à catequese, embora não seja um documento apenas destinado à catequese.

Segundo a avaliação de Oliveira (1999), toda a exortação é de interesse catequético, pois aborda o tema da libertação em relação à evangelização; as comunidades foram apresentadas como “destinatárias especiais da evangelização e ao mesmo tempo evangelizadoras” (OLIVEIRA, 1999, p. 95).

O número 17 da EN menciona certa tendência em identificar a catequese com a evangelização, uma vez que ela traz em si elementos essenciais para a evangelização. No entanto, não se deve esquecer que a catequese é um elemento da evangelização, mas não é ela em si mesma (EN 17).

Ao abordar a necessidade do anúncio explícito de Jesus, a EN afirma “não haverá nunca evangelização verdadeira se o nome, a doutrina, a vida, as promessas, o reino, o mistério de Jesus de Nazaré, Filho de Deus, não forem anunciados” (EN 22) e cita a catequese como forma de anúncio. Não se trata de sinônimo, ou seja, a catequese realiza o anúncio sendo um aspecto da evangelização.

Juntamente com a catequese o ensino religioso e a “educação dos hábitos de vida religiosa” (EN 44) são meios de grande proveito para a evangelização. O número 44, ainda diz que a catequese deve ser ministrada na Igreja, nas escolas e nos lares; insiste na preparação dos catequistas e no preparo de bons textos e recomenda o “ensino catequético, sob a forma de um catecumenato, para numerosos jovens e adultos que, tocados pela graça descobrem [...] Cristo e experimentam a necessidade de a ele se entregar” (EN 44).

Ao destacar o papel dos sacramentos na evangelização a EN chama a catequese a “educar de tal modo para a fé que esta leve depois cada um a viver – e não se limitar a receber passivamente, ou a suportar – os sacramentos como eles realmente são, verdadeiros sacramentos da fé” (EN 47). 

TEXTO PARA DESTAQUE: “Não haverá nunca evangelização verdadeira se o nome, a doutrina, a vida, as promessas, o reino, o mistério de Jesus de Nazaré, Filho de Deus, não forem anunciados” (EN 22).

Débora Regina Pupo 

Coordenadora da Catequese no estado do Paraná (Regional Sul 2 da CNBB). Graduada em Teologia e com Mestrado também em Teologia pela PUC – Curitiba com a pesquisa na área da Iniciação à Vida Cristã e Catequese com Adultos.

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