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02/08/2017 Pe. Luiz Alves de Lima Publicações Diretório Nacional de Catequese – 2002 - 2006
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Pe. Luiz Alves de Lima

ODiretório Nacional de Catequese (= DNC), foi aprovado na 43a. Assembléia Geral da CNBB em agosto de 2005. Há alguns anos, a Dimensão Bíblico-Catequética da CNBB vinha considerando a possibilidade de uma atualização do documento Catequese Renovada de 1983, levando em conta o que aconteceu nestes 20 anos de sua publicação. O discernimento foi levando a equipe a pensar na elaboração de um Diretório Nacional para a Catequese. Tal decisão consta do Plano Bienal da CNBB para 2002-2003, com a seguinte justificativa: “Desde o lançamento do Diretório Geral para a Catequese em 1997, emergiu o apelo de sua adaptação à realidade nacional. Esse trabalho atende às demandas dos agentes de pastoral, definindo princípios, diretrizes e/ou orientações para a catequese”. Foram elaborados três Instrumentos de Trabalho, cada um deles com várias versões; a equipe de redação foi coordenada pelo autor destas apostilas.

O objetivo geral de um diretório pode ser assim formulado: esclarecer a natureza e finalidade da catequese, traçar os critérios de ação catequética, orientar, coordenar e estimular a atividade catequética nas diversas regiões. Superando velhas concepções atreladas à época dos catecismos doutrinais, e em continuidade com a renovação catequética suscitada pelo documento de 1983 (CR), o almejado Diretório precisa delinear um tipo de catequese profundamente renovada em seu projeto global: uma catequese mais bíblica e vivencial, profundamente ligada à mística evangélico-missionária, mais participativa e comunitária, mais de conformidade com a pedagogia da fé e ao princípio da interação entre fé e vida.

A tarefa de elaborar o DNC foi assumida pela Comissão Episcopal de Animação Bíblico-Catequética da CNBB e aprovada na 40a. Assembléia Geral da mesma Cnbb em 2002, que indicou um primeiro grupo de trabalho [1]. O texto, passando por várias redações, recebeu as contribuições (emendas, críticas, supressões, resumos, etc.) dos bispos, com suas equipes diocesanas de catequese, dos catequistas e do maior número possível de biblistas, teólogos, pastoralista e educadores da fé. Dia 08 de maio de 2003 foi apresentado aos bispos na 41a. Assembléia Geral em Itaici pelo seu coordenador de redação (autor destas apostilas). Depois foi publicado em edição provisória pelo Centro de Pastoral Popular (CPP) de Brasília em nome da CNBB como Instrumento de Trabalho I em julho de 2003

A partir deste Instrumento de Trabalho I, novas contribuições e emendas foram apresentadas, principalmente pelos bispos. Redigiu-se então o Instrumento de Trabalho II (não publicado); foi apresentado pelo coordenador de redação (Pe. L. Alves de Lima) aos Bispos reunidos na 42a. Assembléia Geral no dia 27 de Abril de 2004,que fez a seguinte exposição resumindo os oito capítulos:

Apresentação e Síntese do Diretório Nacional de Catequese

1.   Enquanto o DGC está dividido em cinco partes, totalizando 16 capítulos, o DNC está estruturado em duas partes, com quatro capítulos em cada uma. As cinco partes daquele DGC são os cinco capítulos centrais de nosso DNC.Ainda com relação àquele DGC, foram acrescentados dois capítulos: o 1º -“Conquistas do recente movimento catequético brasileiro” e o 3º -“Catequese contextualizada: história e realidade”. Por sua vez, a última e longa parte do DGC sobre a Catequese na Igreja local foi dividida, em nosso DNC, em dois capítulos: o 7º e 8º. Assim, o DNC está dividido em duas partes, com quatro capítulos cada uma. A primeira parte é mais de fundamentação teológico-pastoral e a segunda possui caráter mais funcional, orientada diretamente à ação. As duas partes, assim como cada capítulo, possuem uma introdução que sintetiza o argumento tratado (Obs: na versão final oficial tais introduções foram supressas!).

PRIMEIRA  PARTE

2.  A introdução geral situa o Diretório no atual movimento catequético e estabelece seus objetivos.  O primeiro capítulo faz a ponte com o documento Catequese Renovada: orientações e conteúdo, aprovados por esta Assembléia há 21 anos atrás. Brevemente são resgatadas as “conquistas do recente movimento catequético”. Em síntese, podemos resumir assim os pontos essenciais do documento Catequese Renovada de 1983: a Bíblia como texto por excelência da catequese, o cristocentrismo trinitário na educação da fé, a coerência com a pedagogia divina (inculturação, opção pelos pobres...), o princípio de interação entre fé e vida, o valor e importância da caminhada da comunidade de fé como ambiente e conteúdo da educação na fé, os temas doutrinais mais importantes vistos a partir de nossa realidade, o ministério catequético como fonte de espiritualidade para o/a catequista e a integração da catequese com as  outras pastorais (cf. DNC nºs 13 a-m).

3.    O capítulo segundo, que corresponde à 1ª parte do DGC, é como que o marco doutrinal fundamental de todo o texto. Com o sugestivo título: “A catequese na missão evangelizadora da Igreja”, inspira-se na constituição conciliar Dei Verbum, esclarecendo o processo da revelação divina - um processo histórico, bem por dentro da vida humana, da cultura, da nossa linguagem, Jesus Cristo como suprema revelação do Pai e a resposta da fé como dom de Deus. (cf DNC 19-22). Faz-se uma teologia da Palavra de Deus, considerada, em sua amplitude (tradição-escritura), como a fonte por excelência da catequese, a serviço da qual se coloca (cf DNC 23-28). Destes princípios decorre a compreensão de evangelização e catequese (29-38)  De fato, o anúncio do Evangelho e a educação da fé mostram-se eficazes somente se encontram ressonância na vida concreta das pessoas, na sua experiência vital. Assim, a catequese será acolhida se tiver um forte apelo de mensagem e não parecer apenas uma doutrina a mais. A catequese é concebida no quadro maior da evangelização, tendo presente a Evangelii Nuntiandi, Catechesi Tradendae, as Diretrizes Gerais. Mostra-se a Palavra de Deus como fonte primordial da catequese e aprofunda-se sua natureza, finalidade e tarefas (39-53).

5.   Daí emerge a identidade da catequese. Até um passado não muito remoto, ela era considerada como o momento do aprofundamento da fé através da exposição e estudo doutrinal. O clima de cristandade, que durante séculos perdurou no ocidente cristão, permitia e até exigia esta característica quase que apenas doutrinal da catequese. De fato, o primeiro anúncio, o contato primeiro e íntimo com a pessoa e a mensagem de Jesus, eram tarefa da família, quando não da sociedade que, como um todo, estava mergulhada num clima religioso cristão.

6.    Hoje, sem deixar a característica doutrinal, a catequese se coloca, antes de tudo, dentro do dinamismo missionário-evangelizador que perpassa toda a Igreja, diante de um mundo em processo de descristianização. De um modo especial, ela volta a ter as características de um processo de iniciação à fé para aqueles que optam pelo Evangelho, como era, aliás, no início do cristianismo através do catecumenato. Esta característica iniciática da catequese faz com que ela se inspire no catecumenato das origens da Igreja; nele, além do elemento do ensino e do estudo, predominavam a dimensão da experiência cristã, principalmente no contato com a Palavra de Deus e na vivência da Liturgia (cf DNC 35-38; 45-50).  Com raras exceções, aqueles que se apresentam hoje à nossa catequese (também adultos e jovens) necessitam, sobretudo, do primeiro anúncio (querigma), de um primeiro passo para a conversão, de um encaminhamento ao discipulado de Jesus. Só então, seguindo a tradição dos catecismos doutrinais, se pode iniciar um aprofundamento doutrinal da fé cristã (cf DNC 39-44). Creio que aqui está uma das características centrais do nosso DNC, refletindo os estudos e as práticas mais atuais no campo da catequética, do ponto de vista teológico-pastoral.

7.   Deste modo, o projeto catequético que surge deste Diretório está em plena sintonia com as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja e com o Projeto Nacional de Evangelização e o Documento de Aparecida. Podemos dizer que “esse ministério da Palavra em vista da educação da fé, se reveste hoje das características de uma catequese evangelizadora” (cf todo cap. II: “A catequese na missão evangelizadora da Igrejá”; DNC 215).

8.    Ao descrever a natureza da catequese, este segundo capítulo aborda, em seu último item, o polêmico tema do Ensino Religioso Escolar na escola oficial (cf DNC 54). Não houve  intenção de aprofundar o assunto, pois a natureza do ensino religioso escolar é bem distinta da catequese, embora mantenha contatos por tratarem, ambos, da educação religiosa. Quanto às escolas católicas, o DNC apenas sugere algumas pistas na linha da evangelização de todo o processo educativo (cf DNC 55-58). Devido a alterações feitas durante a Assembléia que aprovou o texto, por parte de bispos que queriam dar mais valor ao ERE, ele ficou um tanto confuso...

9.   O capítulo terceiro reflete uma tradição já consolidada na nossa prática pastoral latino-americana. Retoma-se a idéia, do capítulo anterior, de que Deus se manifesta na história, no nosso dia a dia, na complexidade da experiência humana. Como falar da boa nova, da salvação, como educar à fé senão a partir de nossa realidade? O capítulo intitula-se “Catequese contextualizada: história e realidade”. A reflexão é conduzida com um duplo olhar: para o passado (história da catequese, ampliando bastante aquele pouco que se tinha colocado no documento Catequese Renovada) e para o presente (encarnação na realidade, leitura dos sinais de Deus hoje). Aquilo que no DGC da Sé Apostólicaera uma simples “exposição introdutória”, no nosso Diretório torna-se um capítulo importante: podemos fazer boa catequese somente se ela estiver bem situada na realidade sócio-econômica e cultural.

10.    A mensagem da catequese é objeto do capítulo quarto. Seria o momento de expor uma síntese da mensagem evangélica, traduzida também em formulações mais doutrinais, como fez a terceira parte de Catequese Renovada. Entretanto, seguindo o DGC, preferiu-se falar da fonte onde se encontra tal mensagem, remetendo o/a catequista para ela: a Palavra de Deus manifestada na Bíblia e na Tradição, esta última condensada doutrinalmente no Catecismo da Igreja Católica. Assim, após algumas considerações gerais sobre a mensagem cristã e sua apresentação, trata-se da Bíblia e do Catecismo, principalmente os critérios para a leitura bíblica e seu uso na catequese.No início, a comissão redatora pensou em desenvolver mais a parte referente à Sagrada Escritura, por ser o texto principal da catequese. Porém, na atual redação há também um espaço considerável dedicado ao Catecismo da Igreja Católica e aos catecismos locais.

11. Outra novidade na presente redação é a inclusão, entre os temas “Bíblia e Catecismo”, de um longo texto sobre a Liturgia como o lugar por excelência da audição da Palavra de Deus e da experiência do mistério cristão e, conseqüentemente, como lugar privilegiado de educação da fé (DNC 115-122). Mostra-se a relação profunda que há entre a catequese como educação da fé e a liturgia como celebração da fé (DNC nº 118-122). É relevada a importância da dimensão mistagógica da catequese (educação para os sinais e símbolos da fé). Assim, entre duas posições extremas que privilegiam de um lado a Bíblia e de outro o Catecismo doutrinal, a Liturgia é apresentada como ponto de equilíbrio numa sadia concepção de catequese. É o que se lê nos nºs 135; 137: “Um esboço que foi semente do gênero «catecismo», na Igreja antiga, é o interrogatório dos catecúmenos antes do batismo. Naquela avaliação durante o ato litúrgico, já está presente a interação entre Bíblia, formulação da fé [doutrina] e vida do catecúmeno. Perguntas e respostas não são simplesmente matéria a ser estudada e sabida: constituem o acabamento da catequese eminentemente bíblica, o momento em que o catecúmeno demonstra que não ficou só ouvindo a Bíblia, mas dela se alimentou e se impregnou [...]. Em síntese: liturgia, bíblia, catecismo e outras formulações da fé, vivenciadas em interação com a comunidade, orientam nossa vida, de modo que seja comprometida com a causa do Reino. São as Igrejas locais, em fraterna comunhão entre si e com a Sé Apostólica, que melhor conseguirão articular este projeto catequético. Aí, sim: «caminhamos na estrada de Jesus» (Oração Eucarística V)”. No final do capítulo se fala amplamente do Catecismo da Igreja Católica (nºs 123-134), sua relação com a Palavra de Deus, sua importância e critérios para a elaboração de catecismos locais.

SEGUNDA  PARTE

12.    Já na segunda parte, o capítulo quinto  trata do processo pedagógico na educação da fé, indo além da metodologia e da didática. A pedagogia catequética, recorrendo às ciências da educação, o faz dentro do diferencial específico, a fé. O pano de fundo é a pedagogia de Deus em relação a seu povo ao longo da história da salvação, bem como a de Jesus, dos apóstolos e da primeira comunidade cristã. Além dos elementos de pedagogia e metodologiacatequéticas, aqui são abordados temas importantes como o lugar essencial da experiência humana na educação da fé (165), o papel do/a catequista e catequizandos, da comunidade catequizadora (172-176) e da comunicação social» (171). Mais do que métodos (indutivo-dedutivo; ver-iluminar-agir), insiste-se no princípio metodológico da interação fé e vida, reafirmando uma das teses centrais do documento Catequese Renovada: não se trata de organizar “planos de aulas”, mas “itinerários educativos, que vão muito além da simples transmissão de conteúdos doutrinais; contemplam um processo participativo de acesso às Escrituras, à Doutrina da Igreja, à inserção na vida da comunidade eclesial e experiências profundas de intimidade com Deus” (DNC 152). Na apresentação do tradicional método: ver-julgar-agir (agora enriquecido com “celebrar e rever”), a equipe redatora julgou por bem mudar o verbo “julgar”por “iluminar”,por uma questão de clareza (DNC 157-1581 e nota 27 do nº. 79).

13.   O capítulo sexto volta a atenção para os destinatários da catequese, aqui tratados mais convenientemente de interlocutores, pois condiz melhor com o processo participativo e interativo da catequese, sobretudo com adultos. Não só neste capítulo, mas em todo o documento, os adultos aparecem como a principal preocupação e desafio da catequese hoje no Brasil. Não se trata apenas de uma catequese com adultos, mas também de uma catequese adulta, conforme o lema da 2a. Semana Brasileira de Catequese: com adultos, catequese adulta! Sendo impossível detalhar toda a variedade de interlocutores da catequese, inicialmente são apresentam critérios de adaptação às pessoas e circunstâncias; depois se considera a catequese segundo as idades, dando prioridade absoluta aos adultos. Lembra-se também, dos anciãos, jovens, adolescentes, crianças e pessoas em situações especiais, os povos indígenas e os afro-brasileiros. Com carinho volta-se a atenção para as pessoas com deficiência e para os casos canonicamente irregulares. Por fim, seguindo o DGC, outras importantes realidades são tidas como interlocutoras da catequese: a catequese conforme o contexto sócio-religioso (pluralismo, religiosidade popular, ecumenismo, diálogo, novos movimentos religiosos...) e também o contexto sócio-cultural (catequese e inculturação). É uma nova visão, e muito interessante, considerar a cultura como interlocutora da evangelização e catequese (DNC 215-230)!

14. De tudo o que foi dito anteriormente sobre a natureza, conteúdo, pedagogia da catequese e seus interlocutores, emerge a pastoral catequética que, concretamente, se realiza na Igreja Particular. No foco do capítulo sétimo estão as pessoas que, na Igreja, assumem o ministério da catequese, com suas responsabilidades comuns e diferenciadas. A catequese é um ministério na Igreja. É um carisma, uma força divina conferida às pessoas em vista das necessidades da comunidade; é um ministério porque a missão que o/a catequista assume, em forma de serviço, provém de uma vocação, de um chamado. Ele o exerce em nome de Deus, da Igreja e da comunidade. Este Diretório afirma com ênfase que o Bispo, animador da comunidade e mestre da doutrina, com seus assessores, dirige e preside toda atividade catequética realizada na diocese (cf DNC nº 232, 250-251). Por outro lado, acentuando a vocação catequética dos presbíteros e diáconos, diz que a comunidade espera deles amor, entusiasmo, apoio e presença na catequese, particularmente na formação dos/as catequistas (cf. nº 248-249). Este tema da formação de catequistas é longamente tratado (DNC 252-294), privilegiando estas três dimensões: ser, saber e saber fazer (DNC 261-276). Chamo a atenção para o nº 245 sobre a “conferimento oficial do ministério da catequese”. Apoiando-se nas Diretrizes Gerais da CNBB,onde se afirma que “o ministério da Palavra exige o ministério da catequese” (DGAE 23), este Diretório ousa propor o reconhecimento oficial do ministério da catequese: “aos/às catequistas reconhecidamente eficientes como educadores da fé de adultos, jovens e crianças e dispostos a se dedicarem por um tempo razoável à atividade catequética na comunidade, seja conferido oficialmente o ministério da catequese

15.   A catequese é uma ação concreta e histórica, realizada na vida cotidiana das pessoas e das comunidades, situada num tempo e num contexto. O sujeito da catequese, a pessoa do catequizando, seja adulto, jovem ou criança, vive sua experiência de fé e de vida num ambiente familiar, comunitário e social. Daí o oitavo e último capítulo: ocupam sua atenção dois temas. Primeiramente consideram-se os lugares onde, de fato, se realiza a catequese (família, comunidade cristã, cebs, paróquia, escola confessional católica, pastorais, movimentos, grupos e associações). Neste capítulo se acena à idade da catequese, sem estabelecer uma norma única; apenas são indicados alguns critérios para que as dioceses estabeleçam normas concretas. Por fim, são considerados os aspectos organizativos da catequese: organismos responsáveis, a coordenação da catequese e algumas tarefas próprias do serviço catequético em seus vários níveis: paroquial, diocesano, regional, nacional. O Diretório ressalta que organizar e promover a catequese em todas as comunidades, particularmente estabelecer processos, programas, itinerários e formação dos/as catequistas, é competência da diocese, que coordena o trabalho de base das paróquias.

16.   Quais os aspectos mais acentuados neste Diretório? Poderíamos elencar alguns: a Palavra de Deus manifestada na Bíblia, Tradição e Liturgia como fonte da catequese: a catequese considerada como processo de iniciação à fé e, por isso, sua dimensão catecumenal, litúrgica e mistagógica; a família e os adultos como destinatários-interlocutores principais e o carinho para com os deficientes; a formação de catequistas, a Igreja local como a grande responsável pelo processo catequético, o princípio metodológico da interação fé e vida, a pedagogia de Deus Pai ao longo da história da salvação como modelo da catequese, a centralidade de Jesus Caminho, Verdade e Vida, a ação do Espírito Santo como mestre interior, Maria - mãe e educadora de Jesus, da Igreja, dos cristãos...

17.   Com palavras de otimismo e, ao mesmo tempo, realismo em relação à dura situação em que vivemos, a conclusão geral, de inspiração bíblica e eclesial, lembra que “a catequese faz parte da missão evangelizadora da Igreja” e recorda o dever do bispo, conforme João Paulo II,de “suscitar e alimentar uma verdadeira paixão pela catequese” (cf CT 63), responsabilidades essas novamente afirmadas na exortação apostólica Pastores Gregis (nº 29, 52 e 68), como também no recentíssimo Diretório dos Bispos da Sé Apostólica.

18. A equipe de redação refez o texto em base às observações feitas nesta assembléia e outras chegadas posteriormente, e em julho de 2004 foi publicado o III Instrumento de Trabalho com o título: A caminho do Diretório Nacional de Catequese: versão provisória (Brasília: Centro de Pastoral Popular). Este texto foi largamente difundido, estudado, criticado e emendado em quatro versões. Contribuições muito preciosas foram dadas por liturgistas tanto individualmente como reunidos em grupo. Deveria ser aprovado em abril de 2005, mas devido à morte de João Paulo II, a assembléia dos bispos foi adiada para agosto. Neste ínterim a comissão episcopal e comissão de redação novamente refizeram o texto, deixando ao coordenador de redação o trabalho final de preparar o texto para a assembléia de agosto. Nesta última versão alguns temas foram harmonizados e muitas repetições foram cortadas. As introduções às duas partes, como a cada um dos oito capítulos, foram supressas, embora permanecendo para a leitura dos bispos durante a assembléia. O documento então constava de 321 números, apresentação, introdução e conclusão. E assim ele foi encaminhado à Assembléia dos Bispos como IV Instrumento de Trabalho  [2].

19. O DNC em sua versão de IV Instrumento de Trabalho foi discutido e aprovado unanimemente pela 43a. Assembléia Geral da CNBB em 15 de Agosto de 2005 (houve apenas um voto em branco). Poucas coisas foram modificadas ou alteradas. A versão final aprovada consta dos mesmos 8 capítulos, uma introdução e conclusão; ao todo são 330 números e 99 páginas. O documento foi logo enviado ao Vaticano para aprovação por parte da Congregação para o Clero, encarregada da catequese na cúria romana e por parte da Congregação da Doutrina da Fé. Com a demora da aprovação de Roma, o texto aprovado pela Assembléia Geral foi amplamente divulgado e estudado em todo território nacional, pois muitas dioceses já o tinham incluído na programação de 2006. Finalmente, em 31 de Julho de 2006,  chegou de Roma, em Brasília, o texto com as várias observações [3]. Em reunião convocada pela CNBB, em 07 e 08 de agosto de 2006 em Brasília, foram feitas as últimas emendas e o texto foi encaminhado novamente para Roma que devolveu imediatamente com a “recognitio” e foi publicado em outubro de 2006 em duas editoras: CNBB e Paulinas (cf. pg 5,  nº  33 da acima).

Pe. Luiz Alves de Lima

 

[1] Posteriormente, a Presidência da Cnbb, através do ofício SG-C-0705/02, nomeou a comissão encarregada da preparação do Diretório. Ela é formada por 5 bispos: Dom Albano Cavallin (presidente), Dom Elias Manning, Dom Juventino Kestering, Dom Fernando Panico, msc, Dom Valério Breda, sdb; por 7 catequetas: Pe. Luiz Alves de Lima, sdb (coordenador de redação); Ir. Israel José Nery, fsc; Pe. Francisco Martins; Pe. Jânison de Sá Santos; Ir. Marlene Bertoldi, iic; Ir. Mary Donzellini, mjc; Pe. Wolfgang Gruen, sdb; e por 2 teólogos sistemáticos: Pe. Vitor Galdino Feller e Ana Maria Tepedino.

[2]  Muitos são os autores deste DiretórioNacional de Catequese: catequistas, coordenadores, biblistas, liturgistas, catequetas, religiosos/as, padres, bispos...Citamos aqui os nomes mais importantes: Dom Albano Cavallin: presidente da comissão; participou de todas reuniões mais importantes. Dom Juventino Kestering: bispo que mais acompanhou de perto o processo; autor dos capítulos 7o. e 8o. (junto com Ir. Marlene Bertoldi). Dom Eugênio Rixen: encarregado da catequese no Brasil junto à CNBB: supervisionou todo trabalho. Dom Elias Menning: participou de quase todas reuniões importantes. Dom Javier Arnedo: encarregado nacional da catequese até 2002, iniciou o processo e foi grande incentivador. Pe. Luiz Alves de Lima: coordenador de redação (autor destas apostilas); redigiu o texto durante todo processo; participou de todas as reuniões; autor dos capítulos 1 e 2. Ir. Israel Nery: acompanhou a redação durante todo processo; autor dos capítulos 3 e revisor dos capítulos 4, 5 e 6. Pe. Wolfgang Gruen: redator principal do capítulo 4. Pe. Jânison dos Santos Sá e Ir. Maria Aparecida Barbosa: assessores nacionais; autores do cap. 5 e revisores. Therezinha M. Lima Cruz: colaborou em vários textos; revisão. Ir. Marlene Bertoldi: autora principal dos cap. 7 e 8 (junto com D. Juventino). Ir. Mary Donzellini: autora principal do cap. 5; participou de quase todas reuniões; Pe. Francisco Martins: citações do Direito Canônico e participou de algumas  reuniões. Marlene Silva: colaboradora como participante das reuniões do GRECAT. Inês Broshuis como membro do Grecat. Ir. Teresa Nascimento, Pe. Vilson Dias e Pe. Domingos Dorigón: assessores nacionais anteriores e que estiveram presentes no início da redação. Pe. Victor Feller (teólogo), Ana Maria Tepedino (teóloga), Maria Clara Bingemer (teóloga), Pe. Shigueiki Nakanose, Prof. Walmor Silva, e Prof. Francisco Orofino (Biblistas): consultores e revisores, etc., etc.

[3] Trata-se do Protocolo da Congregatio pro Clericis nº 20051678 com data de 12 de julho de 2006, assinado por D. Csaba Ternyák. Afirma que “a Congregação para o Clero examinou com particular cuidado o texto, também em consideração ao fato de tratar-se do Diretório de uma grande e nobre Nação, à qual muitas outras igrejas latino-americanas olharão com viva atenção e interesse [...]. Ao mesmo tempo em que esta Congregação aplaude e se alegra pelo empenho colocado na redação do Diretório, transmite também as observações (12 páginas!) pedindo que sejam totalmente integradas na revisão do texto [após o que], será concedida a solicitada recognitio”.

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