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20/09/2017 Ir. Israel José Nery Memória Catequese: um abismo entre prática e teoria
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Ir. Israel José Nery

CATEQUESE: UM ABISMO ENTRE PRÁTICA E TEORIA 

De um lado, a desvalorização na prática 

Apesar da sua importância fundamental na Igreja e para a Igreja, a catequese é uma das áreas que sofre mais preconceitos, especialmente da hierarquia, de teólogos e pastoralistas.

Mas, nisso, nós catequistas, temos parte da culpa. Continuamos aceitando o sentido redutivo da catequese, muito limitada à infância e à adolescência. Em geral, a identificamos demais com o catecismo, portanto, como conhecimento da doutrina, e tarefa passageira, isto é, um cursinho rápido de preparação a algum Sacramento, especialmente os da Iniciação, com ênfase na Primeira Eucaristia e na Confirmação ou Crisma. E, ainda, nós catequistas, apesar de imensa boa vontade e dedicação, não somos suficientemente preparados para essa nossa complexa missão na Igreja, tanto em conteúdos, como em metodologia, linguagem, vida espiritual, etc. E nem os presbíteros, pois a Catequética nem faz parte do currículo do Seminário e das Faculdades de Teologia... 

De outro lado, a valorização na teoria 

É evidente que os discursos e documentos da Igreja são pródigos, ao menos na teoria, quanto à valorização da Catequese. Estão aí à disposição: Catechesi Tradendae (1980), Catequese Renovada: Orientações e Conteúdo (1983), Diretório Geral para a Catequese (1997), Diretório Nacional de Catequese (2005), as belas páginas em Medellín e Puebla e as importantes orientações de Aparecida e o Estudo da CNBB 99: Iniciação à Vida Cristã, um processo de inspiração catecumenal. Agora estamos com dois ótimos documentos inspiradores: o do CELAM: A Alegria de iniciar discípulos missionários na mudança de época e o da CNBB, o de nº 107: Iniciação à vida cristã, itinerário para formar discípulos missionários.

Sabedor do abismo entre teoria e prática o Papa João Paulo II, em Catechesi Tradendae, 63, chega a ser ousado com os Bispos ao escrever-lhes: “Mil e um compromissos vos solicitam... Pois bem, que a preocupação de promover uma catequese viva e eficaz não ceda nada frente a qualquer outra preocupação seja ela qual for... O vosso papel principal deve ser o de suscitar e alimentar nas vossas Igrejas uma verdadeira paixão pela catequese; uma paixão, porém, que se encarne numa organização adaptada e eficaz, que empenhe na atividade as pessoas, os meios e os instrumentos e, também, os recursos financeiros necessários. Podeis ter a certeza disto: se a catequese for bem feita nas vossas Igrejas locais, tudo o mais será feito com maior facilidade”.

O Papa usa aqui uma linguagem forte, exigente, persuasiva. Mas pelo que se nota, continuamos sendo uma Igreja doutora em produzir ótimos documentos, mas ao mesmo tempo, doutora em engavetá-los e em esperar que venha um outro. Acontece que todos somos Igreja, portanto, corresponsáveis com nossos pastores, e cabe também a nós nos convencermos da importância fundamental da catequese e de, efetivamente, torná-la prioridade na Igreja particular...

Ir. Israel José Nery

 

 

 

 

 

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