Catequese e Ecumenismo
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29/08/2020 Therezinha Motta Lima da Cruz Catequese e Ecumenismo Catequese, ecumenismo e Pastoral de conjunto
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Nossa Igreja tem várias áreas de trabalho, animadas por pessoas que escolhem seu campo preferido de ação e até se especializam em determinados assuntos. Assim temos a Igreja envolvida em catequese, liturgia, ação social, ecumenismo, comissões de justiça e paz, trabalho missionário, orientação vocacional e outros campos. Temos também grupos que cuidam de tarefas especiais, como: encontros de casais, novenas, música, movimentos e congregações religiosas com um estilo próprio de espiritualidade...        

Evidentemente, cada um desses campos de trabalho tem sua metodologia, seu planejamento e seus objetivos específicos. Mas, como já nos dizia Paulo em 1 Cor 12,

a Igreja tem muitos membros  que formam um só corpo. Como acontece com qualquer corpo, os diferentes membros precisam se sentir parte do conjunto. O olho, por exemplo, não pode dizer à mão:”Não preciso de ti.” E disse Paulo: “não haja divisão no corpo, os membros sejam igualmente solícitos uns pelos outros...”  Assim sendo, em cada área de trabalho as pessoas devem conhecer a orientação geral da Igreja, sem se trancar no seu grupo e participando do que chamamos Pastoral de Conjunto. Haverá até atividades onde todos os grupos terão sua parte, mas o que não pode haver é um grupo contrariando o que o outro faz ou diz.        

A catequese é muito importante no desenvolvimento de uma boa Pastoral de Conjunto porque é por aí que começa a formação de todos que um dia poderão escolher seu espaço predileto de trabalho na Igreja. Assim sendo, também é na catequese que se inicia o encaminhamento para uma espiritualidade capaz de incluir o ecumenismo no trabalho geral da Igreja.       

A família de certos catequizandos, por exemplo, é um espaço onde a dimensão ecumênica pode ser bem construtiva, vivida num clima de Pastoral de Conjunto. Quem tem na família membros de outras Igrejas deve conhecer e testemunhar no contato com essas pessoas o que a Igreja diz sobre esse assunto. Participo há vários anos de um grupo de convívio ecumênico que se reune uma vez por mês na casa de um de seus membros. O grupo tinha sido criado a partir de casais que estavam vivendo o que costumamos chamar de “casamento misto”: um dos cônjuges é católico, o outro é evangélico. No começo os casais diziam: temos um problema, pertencemos a Igrejas diferentes. Depois de muita partilha e reflexão sobre o diálogo na diversidade, passaram a ver a questão de outro modo e agora dizem: temos uma missão, que é ser, com nosso casamento, um sinal do amor que Deus quer ver entre as Igrejas. Uma atitude assim coloca ecumenismo e pastoral familiar ligados num projeto de Pastoral de Conjunto. Outra ligação acontece nesse meu grupo ecumênico quando todos se unem para ajudar gente necessitada. Certa vez o grupo ficou sabendo que, numa cidade vizinha, havia um hospital da Santa Casa de Misericórdia que estava com falta de lencóis. Cada um foi para sua Igreja fazer uma campanha financeira. Juntando o dinheiro, compraram duzentos lencóis e levaram para o hospital onde a entrega foi feita numa celebração ecumênica. Isso é um exemplo de pastoral que une áreas diferentes: ecumenismo, liturgia e ação de caridade, tudo ligado por uma espiritualidade centrada em Jesus. Com isso se mostra na prática o que muitos profetas bíblicos já tinham anunciado: quem quiser agradar a Deus não tem só que rezar e participar de cultos (embora isso seja necessário e importante) mas precisa também promover a justiça, socorrer os necessitados, viver o amor fraterno dentro e fora de seu grupo religioso.         

Para alimentar o espírito da Pastoral de Conjunto a catequese deve estar em ligação com todo os trabalhos da comunidade. Será interessante, por exemplo, que os catequizandos possam conhecer e entrevistar pessoas de diferentes pastorais e dar a contribuição que for possível ao que a comunidade estiver fazendo em variadas áreas. Deus se revela e quer ser servido na vida de cada um e essa vida se relaciona com diferentes aspectos das exigências da nossa fé.       

Nossa catequese está conseguindo apresentar a Igreja como um corpo em que todos os membros fazem parte de um conjunto?

Therezinha Motta Lima da Cruz

julho/2020

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