Catequese e Ecumenismo
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29/08/2020 Therezinha Motta Lima da Cruz Catequese e Ecumenismo As Bem aventuranças que podemos partilhar
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Em 1998, junto com representantes de várias Igrejas, participamos de várias reuniões em São Paulo para produzir um livrinho que tratasse de ecumenismo. Foi decidido que seria uma cartilha com o título “Diversidade e Comunhão”, que depois foi publicada em conjunto pela editora Sinodal (que é luterana) e pelas edições Paulinas (católica). No começo os participantes desse trabalho não se conheciam muito bem e se olhavam com certo distanciamento. Mas à medida que a tarefa foi se desenvolvendo foram se sentindo companheiros e vivendo com bastante alegria a tarefa de produzir juntos tal material. Ao final quiseram que o último capítulo do livrinho fosse um resumo do que estavam vivendo naquele trabalho. Primeiro pensaram em fazer “os dez mandamentos do ecumenismo”, mas perceberam que queriam uma coisa mais animada, que combinasse com a alegria que estavam sentindo naquela missão tão fraterna. Aí alguém sugeriu: Então vamos fazer as dez bem-aventuranças da vida ecumênica, bem-aventurado é quem está feliz... e aqui juntos é assim que estamos! A aprovação foi imediata e entusiasmada.

E as tais bem-aventuranças ficaram assim:

  1. Bem-aventuradas as pessoas que amam a sua Igreja
  2. Bem-aventuradas as pessoas que sabem dizer quem são sem desvalorizar o outro
  3. Bem-aventuradas as pessoas que sabem ouvir e querem conhecer as outras
  4. Bem-aventuradas as pessoas de Igrejas diferentes que trabalham juntas por um mundo melhor.
  5. Bem-aventuradas as pessoas que partilham dons e recursos na evangelização
  6. Bem-aventuradas as pessoas que sabem curar feridas
  7. Bem-aventuradas as pessoas que ensinam crianças e jovens na espiritualidade da reconciliação ecumênica
  8. Bem aventuradas as pessoas que vêem na diversidade uma riqueza
  9. Bem-aventuradas as pessoas que vivem a alegria da oração ecumênica
  10. Bem- aventuradas as pessoas que cultivam as qualidades necessárias à vida cristã ecumênica

A primeira dessas bem-aventuranças estava tão presente no coração de todos que três pessoas a sugeriram imediatamente ao mesmo tempo. Era muito claro que só quem ama sua Igreja e a ela é fiel está preparado tanto para representá-la numa reunião ecumênica como para compreender que é preciso respeitar a Igreja que o outro ama.

Mas a última mostrou bem que as qualidades necessárias ao trabalho ecumênico, se bem desenvolvidas, podem fazer de nós pessoas melhores em outros campos de ação. Entre as qualidades destacadas estavam: o respeito ao direito alheio, a paciência, a humildade na busca da verdade, a caridade fraterna, a lealdade, o espírito de serviço, o amor prioritário ao valores do Reino, a solidariedade, o espírito de oração, o entusiasmo pela paz, a capacidade de discernir para descobrir o bem onde quer que ele se encontre, a ternura pelos irmãos e irmãs, filhos do mesmo Pai.

Dá para imaginar como seria uma pessoa com tais qualidades? Elas não serviriam só para o diálogo ecumênico. Funcionariam bem na família, nas pastorais sociais, no desenvolvimento das diferentes vocações, no convívio com os vizinhos, nos ambientes de trabalho... E onde mais?

Assim, mesmo quando a catequese não está tratando de ecumenismo, seria bom criar um clima onde essas qualidades possam crescer sempre mais. Dinâmicas, conversas, entrevistas com pessoas diversas são atividades onde é importante saber ouvir o outro, respeitá-lo e apreciar seus talentos. Já percebemos que tratar bem o outro é um caminho para que ambas as partes se tornem melhores e possam viver de modo mais construtivo?

Therezinha Motta Lima da Cruz

julho/2020

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