Diretório para a Catequese
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18/06/2021 Therezinha Motta Lima da Cruz Diretório para a Catequese A Metodologia da Catequese
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Metodologia é tema que perpassa o Diretório inteiro, já que é feito para orientar a formação e o trabalho de toda a catequese. O capítulo 7 começa dizendo que o mistério da encarnação (o Filho de Deus vivendo uma vida humana, sendo ao mesmo tempo Deus e homem) inspira a pedagogia catequética. Ou seja: como fez o próprio Jesus vivendo entre nós, temos que ensinar a por em prática a Palavra de Deus dentro das condições da experiência humana de cada tempo, de cada cultura, de cada pessoa.

Por causa dessa variedade de situações e talentos pessoais, a catequese não tem um método único, mas está aberta a valorizar diferentes métodos, sem perder a fidelidade à mensagem central. É preciso promover o encontro da Palavra de Deus com a experiência e os sentimentos de cada catequizando. E era isso que Jesus fazia: procurava, encontrava e acolhia as pessoas em suas situações concretas de vida (podemos pensar como isso se deu, por exemplo, nos encontros com Zaqueu, com a samaritana, com a mulher que o tocou no meio da multidão...). Isso, na catequese, vai abrir uma relação de reciprocidade e diálogo, em que ensinamos e aprendemos.

Isso pode ser percebido nas parábolas, onde situações de vida são usadas para gerar perguntas e iniciar um processo interior de reflexão em cada ouvinte. Hoje, além de contar as parábolas e orientações sapienciais de Jesus, podemos relacioná-las com notícias de jornal, letras de música, cenas de filmes, contos da literatura moderna, fatos da vida dos catequizandos. Uma vez alguém achou que eu estava misturando o sagrado com o profano porque relacionei uma cena do filme do Homem Aranha com palavras de Jesus.  Era uma situação em que o Peter Parker se lamentava porque tinha medo de por em perigo sua querida Mary Jane se soubessem quem ele era. Seu tio lhe diz: é assim mesmo, com grande poder vem grande responsabilidade. Vendo isso me veio à mente uma frase de Jesus: a quem muito foi dado muito será pedido... Esse relacionamento se torna espontâneo quando nos sentimos na companhia de Jesus até quando estamos no cinema e aprendemos a interpretar a vida a partir do que Ele nos ensinou.

O Diretório reconhece que a memorização é uma dimensão importante da história da salvação. Afinal, na Santa Ceia Jesus pediu que  se repetisse aquele rito para guardar na memória do povo sua missão salvadora. Nós também guardamos na memória experiências que mexeram com nossos sentimentos.  É comum, por exemplo, que filhos, irmãos ou netos queiram comer num domingo aquele prato especial que a vovó fazia quando eram crianças. São ‘liturgias domésticas’ que fazem reviver situações que ficaram guardadas no coração. Assim percebemos que “guardar na memória” não é só decorar. Lembrando Cathechesi Tradendae 55, o Diretório  para  diz que “o essencial é que os textos memorizados sejam ao mesmo tempo interiorizados, compreendidos pouco a pouco na sua profundidade, a fim de se tornarem fonte de vida cristã pessoal e comunitária.” Uma catequese vivida com emoção e alegria vai construir memórias que o coração vai guardar.

A beleza que encontramos nas poesias, figuras, músicas e outras manifestações culturais também podem capacitar a catequese para que tudo que ali se vive e se ensina fique bem guardado no coração.

Outro aspecto importante que o Diretório menciona (e que o papa Francisco vive recomendando) é viver uma dinâmica de Igreja em saída. A catequese deve ir além dos templos, de acordo com as necessidades de diversos lugares: casas, pátios, espaços educacionais, culturais e recreativos, cadeias, hospitais, orfanatos etc. É claro que espaços diversificados vão necessitar de metodologias adaptadas a cada situação. Então , além de boa formação, bom planejamento, acompanhamento das orientações oficiais da Igreja, não estamos dispensados de cultivar uma criatividade acolhedora que responda ás necessidades de cada grupo.

Então podemos pensar:

Nossa metodologia está dando bom resultado?

O que poderíamos ainda melhorar?

Há pessoas em situações especiais que precisam de um outro tipo de atendimento?

O que aprendemos com a pedagogia do próprio Jesus?
 

Therezinha Motta Lima da Cruz

 

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